A história do Samba do Arnesto e da Saudosa Maloca. Adoniran Barbosa.
Curiosidades da MPB.
João Rubinato, o Adoniran Barbosa, era considerado uma espécie de cronista das coisas de São Paulo. Suas músicas retratavam, de forma simples e convincente, o cotidiano da cidade e suas relações.
Frutos deste profundo senso de observação do compositor de Trem das Onze, muitas músicas foram compostas com base em fatos ou personagens reais. Nem sempre a história era fiel ao fato, mas muitas vezes o personagem era real. Arnesto, imortalizado no “Samba do Arnesto”, o amigo que deu o cano nos colegas de samba, por exemplo, realmente existiu, mas nunca morou no Brás e sequer convidou Adoniran para uma fracassada roda de samba.
Ernesto Paulelli está hoje, 14/08/2010, Com 95 anos de idade, conheceu Adoniran em 1938 ,quando foi se apresentar com a cantora Nhá Zefa na Rádio Record em São Paulo.
“Eu não conhecia o Adoniran e ele também não me conhecia. Nos cumprimentamos e ele pediu meu cartão. Entreguei e ele disse: “Arnesto Paulelli”. Eu o corrigi [disse que o nome certo era Ernesto]. Mas ele insistiu: “É Arnesto, o seu nome dá samba. Vou fazer um samba para você. Adúvida?[ ...] Um dia fui conversar com o Adoniran e perguntar que história era aquela de dar um bolo nele. Com aquela voz rouca ele me respondeu: “Arnesto, se não tem bolo não tem samba [...]"
Deste interessante encontro, além da música, resultou uma amizade que durou até a morte da Adoniran, em 1982.
Outras de Adoniran
Comento: outro samba famoso do sambista, envolveu, além de um personagem, um fato real: o escritor André Diniz, no seu livro “Almanaque do Samba”, da editora Zahhar conta que, certo dia, Adoniran Barbosa saia da sua casa para passear com seu cachorro Peteleco, quando encontrou Mato Grosso. O amigo estava transtornado: contou que o prédio que morava seria demolido.
Ao retornar para casa, condoído com a situação do amigo, o maior compositor de samba de São Paulo, compôs “Saudosa Maloca”, um dos maiores sucessos da música brasileira, cantada por dez entre cada dez sambistas do Brasil.
Veja a interessante entrevista de Ernesto contando a história do “Samba do Arnesto”. No segundo vídeo, "Saudosa Maloca" é interpretada pelos eternos "Demônios da Garoa", o grupo que melhor representa a grandeza de Adoniran Barbosa.
Letra da música - Samba do Arnesto
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais
Nós não semos tatu! (2x)
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,
Assinado em cruz porque não sei escrever"
Arnesto
http://www.vagalume.com.br/adoniran-barbosa/samba-do-arnesto.html#ixzz26kqCpwIx
Velha Guarda
O paulistano Germano Mathias é um dos representantes do samba sincopado. Reprodução Rapaziada do Brás e o aniversário de São Paulo Lembrar, deixem-me lembrar Meus tempos de rapaz no Brás Das noites de serestas Casais de namorados E as cordas de um violão Cantando em tom plangente Aqueles ternos madrigais Sonhar, deixem-me sonhar Lembrando aquele amor fugaz Uma sombra em volta da penumbra Por trás da vidraça Faz um gesto lânguido Cheio de graça Imagem de um passado Que não volta mais Tão somente uma recordação Restou daquele grande amor Daquela noite de luar Daquela juventude em flor E hoje os anos correm muito mais E a vida já não tem valor Rapaziada do Brás, de Alberto Marino Na semana do aniversário de São Paulo, o programa 78 RPM lembra os bairros musicais da cidade, com destaque especial para o Brás. Entre os cantores que circulavam no antigo bairro operário estavam Isaurinha Garcia, Paraguassu e o gaúcho Nelson Gonçalves. Nesta edição, você também pode ouvir os sons de outros cantos da capital paulista - do sambista Vassourinha, de Adoniran Barbosa e de Germano Mathias. O interior paulista também esta representado no programa: Dircinha Costa, Denis Brean, e Raul Torres e Florêncio.
REPERTÓRIO (Parte 1)
01. Neurastênico (Betinho e Nazareno de Brito), com Dircinha Costa (1954) 02. A luz da noite enluarada (Ed Edwards - vs. Ferreira Gomes), com Dircinha Costa 03. Baião no Brás (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), com Isaura Garcia (1949) 04. Samba do Arnesto (Adoniran Barbosa), com Adoniran Barbosa (1953) 05. Amanhã tem baile (Milton de Oliveira e Haroldo Lobo), com Vassourinha (1942) 06. Amanhã tem baile (Cyro de Souza e Marino Pinto), com Isaura Garcia (1943) 07. Samba no Bixiga (Adoniran Barbosa), com Demônios da Garoa 08. Iracema (Adoniran Barbosa), com Demônios da Garoa 09. Seu Libório (Alberto Ribeiro e João de Barro), com Vassourinha Rapaziada do Brás (Parte 1) - 78 RPM
REPERTÓRIO (Parte 2)
10. Nadir (Getulio Marinho), com Nelson Gonçalves (1944) 11. Batatinha e cocada (Germano Mathias), com Germano Mathias (1957) 12. Falso rebolado (Germano Mathias), com Germano Mathias (1957) 13. Talento e formosura (Catulo da Paixão Cearense e Edmundo Otávio Ferreira), com Paraguassu (1937) 14. Todo poeta nasceu para sofrer (Milton Amaral), com Paraguassu (1939) 15. Boogie woogie na favela (Denis Brean), com Cyro Monteiro (1945) 16. Boogie woogie do rato (Denis Brean), com Joel e Gaúcho (1947) 17. Tô com a cara torta (Ivo de Freitas e Adoniran Barbosa), com Raul Torres e Florêncio Rapaziada do Brás (Parte 2) - 78 RPM
REPERTÓRIO (Parte 1)
01. Neurastênico (Betinho e Nazareno de Brito), com Dircinha Costa (1954) 02. A luz da noite enluarada (Ed Edwards - vs. Ferreira Gomes), com Dircinha Costa 03. Baião no Brás (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), com Isaura Garcia (1949) 04. Samba do Arnesto (Adoniran Barbosa), com Adoniran Barbosa (1953) 05. Amanhã tem baile (Milton de Oliveira e Haroldo Lobo), com Vassourinha (1942) 06. Amanhã tem baile (Cyro de Souza e Marino Pinto), com Isaura Garcia (1943) 07. Samba no Bixiga (Adoniran Barbosa), com Demônios da Garoa 08. Iracema (Adoniran Barbosa), com Demônios da Garoa 09. Seu Libório (Alberto Ribeiro e João de Barro), com Vassourinha Rapaziada do Brás (Parte 1) - 78 RPM
REPERTÓRIO (Parte 2)
10. Nadir (Getulio Marinho), com Nelson Gonçalves (1944) 11. Batatinha e cocada (Germano Mathias), com Germano Mathias (1957) 12. Falso rebolado (Germano Mathias), com Germano Mathias (1957) 13. Talento e formosura (Catulo da Paixão Cearense e Edmundo Otávio Ferreira), com Paraguassu (1937) 14. Todo poeta nasceu para sofrer (Milton Amaral), com Paraguassu (1939) 15. Boogie woogie na favela (Denis Brean), com Cyro Monteiro (1945) 16. Boogie woogie do rato (Denis Brean), com Joel e Gaúcho (1947) 17. Tô com a cara torta (Ivo de Freitas e Adoniran Barbosa), com Raul Torres e Florêncio Rapaziada do Brás (Parte 2) - 78 RPM
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